COBERTURA ESPECIAL
"(...) a Igreja também ama vocês e por isso os
peço que não se deixem abater pelas coisas que possam chegar a ouvir da
juventude, em todo tempo histórico se falou pejorativamente dos jovens, mas
também, em todo tempo, foi essa mesma juventude que dava testemunho de
compromisso, fidelidade e alegria”, destaca o Sumo Pontífice.
Ele pede que os e as jovens brasileiros/as nunca
percam a esperança e a utopia, "vocês são os profetas da esperança, são o
presente da sociedade e da nossa amada Igreja e por sobre todo são os que podem
construir uma nova Civilização do amor. Joguem a vida por grandes ideais.
Apostem em grandes ideais, em coisas grandes; não fomos escolhidos pelo Senhor
para coisinhas pequenas, mas para coisas grandes!”.
Ao final da leitura da mensagem do Papa, os jovens
se emocionaram. Confira abaixo, na íntegra, a mensagem de Francisco ao 11º
Encontro Nacional da Pastoral da Juventude, que segue até o próximo domingo, 25
de janeiro, na capital amazônica.
Mestre, onde moras? Vinde e vede! (Cf.
Jo 1,38-39)
Estimada Aline e meu querido Alberto, que a graça
do Jovem de Nazaré permaneça sempre com vocês, e, nessa saudação, quero abraçar
todos os jovens e adultos que estão participando do XI Encontro Nacional da
Pastoral da Juventude nas benditas terras amazônicas.
É com grande alegria que me dirijo a vocês por meio
desta singela mensagem, obrigado por deixarem-me participar desse grande e
bendito encontro.
Gostaria de começar dizendo que fiquei muito feliz
ao rezar e meditar a iluminação bíblica e o lema do Encontro. Essa pergunta
[Mestre, onde moras?] habita no coração humano. A respeito de tudo e em todas
as circunstâncias. Atesta-o a experiência pessoal, documenta-o a história,
confirma-o o relato bíblico. O rosto da pergunta surge no alvor das origens com
aquele célebre: "Adão, onde estás? Que fizeste do teu Irmão?”; no templo
de Silo, no diálogo do jovem Samuel com o sacerdote Helí, nas proximidades do
rio Jordão, com dois discípulos de João a Jesus de Nazaré: "Mestre, onde
moras”? (Jo 1, 35-42).
Também, hoje, a pergunta bate "à porta” da nossa
consciência: Que queres da vida? Que sentido dás ao tempo? Como geres o
instante no todo na tua história pessoal? Tens presente o teu futuro
definitivo? E o teu contributo para o bem de todos? Cada um de nós saberá
continuar a lista sem dificuldade. Toda a pergunta tem resposta. "Vinde e
vede”, a resposta de Jesus fica como modelo e pedagogia para todos os
peregrinos da verdade. Eles vão e ficam na sua companhia.
Deixam-se "moldar” pelo modo de ser do Mestre.
Mais tarde, serão enviados em missão. E, como outrora, também agora, somos
convidados a conviver com Ele, a partilhar a sua vida, a acolher o seu olhar
penetrante, a deixar-nos atrair e a "agarrar” pela experiência
gratificante, que dá resposta aos anseios mais profundos do coração humano.
Os discípulos, na companhia do Mestre, aprenderam
os modos de realizar a missão: curar doentes e alimentar famintos, partilhar e
viver na alegria sincera, deixar-se conduzir pelo amor universal e generoso,
que Deus nos tem, acolher os mais débeis e afastados das fontes da vida. E
partem pelos "quatro cantos da Terra” a anunciar a vocação sublime de todo
o ser humano, a apreciar e a cuidar a dignidade do seu corpo (toda a sua
pessoa), a construir relações na base da regra de ouro: "tudo o que queres
para ti, fá-lo aos outros”, a reconhecer que só a civilização do amor
manifesta, o melhor possível, a convivência sustentada em sociedade e
redimensionada na cultura, a vocação de toda a humanidade.
Essa mesma vocação que nos convida a partilhar
"A vida, o pão e a utopia”. De que serviria dizer que somos seguidores de
Cristo se somos indiferentes às dores dos nossos irmãos? "Mostra-me tua fé
sem obras que pelas minhas obras te mostrarei a minha fé” lembra-nos o apostolo
Thiago.
Meus queridos e minhas queridas jovens, tenho muita
esperança em vocês, que dão testemunho com as suas vidas desse Cristo
libertador. Esse Cristo que "olhou ao jovem com misericórdia e o amou”, a
Igreja também ama vocês e por isso os peço que não se deixem abater pelas
coisas que possam chegar a ouvir da juventude, em todo tempo histórico se falou
pejorativamente dos jovens, mas também, em todo tempo, foi essa mesma juventude
que dava testemunho de compromisso, fidelidade e alegria.
Nunca percam a esperança e a utopia, vocês são os
profetas da esperança, são o presente da sociedade e da nossa amada Igreja e
por sobre todo são os que podem construir uma nova Civilização do amor. Joguem
a vida por grandes ideais. Apostem em grandes ideais, em coisas grandes; não
fomos escolhidos pelo Senhor para coisinhas pequenas, mas para coisas
grandes!.Que o bom Deus abençoe sempre seus passos e seus sonhos e que a Nossa
Senhora aparecida os cubra sempre com o seu manto sagrado.
Com minha benção apostólica.
+ Francisco
Vaticano, 21 de Janeiro – Dia de Santa Inês – de
2015.
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