Reflexão na homilia da celebração Eucarística – na Assembleia Geral
Ordinária da CFFB/RS do dia 12 de setembro de 2016, a partir do tema: 800
Anos do Perdão de Assis – Ano Jubilar da Misericórdia.
Por Frei Inácio de Lazzari-OFM
Partindo da
Liturgia da Missa de Nossa Senhora dos Anjos-Porciúncula, o Fr. Inácio de Lazzari-OFM
fez na homilia a reflexão partindo da temática do Perdão de Assis. Segue uma
síntese a partir da fala dele.
A terra e o
céu começam a entrar em comunhão a partir da Ação do Espírito Santo. O Anjo faz
o anúncio e algo novo vai começar. “O único caminho para chegar ao céu é a
partir da terra.” (Pedro Casaldáliga). O céu e a terra entram em comunhão. A humanidade
e a divindade se encontram a partir do SIM de Maria Santíssima, ela se torna a
verdadeira humanidade quando dá o seu Sim ao enviado de Deus, o Anjo, para ser
a mãe de Jesus.
Para
se chegar até o céu é preciso abraçar a humanidade. Maria coloca totalmente a
sua humanidade à disposição de Deus. As possibilidades nascem a partir da
humanidade de Maria. Esta humanidade que é cada um e cada uma de nós e que é toda
humana, pois foi criada pelo Criador à sua imagem e semelhança. No início, Deus
disse que tudo era bom.
E hoje, como vemos a humanidade? Cada vez mais desumana
e corrupta. Por que ela está tão diferente? Hoje a humanidade está totalmente corrompida, e
esta é certamente a crise mais profunda que vivenciamos. As pessoas são cada
vez mais insensíveis, desumanas.
O Papa
Francisco fala da globalização da indiferença que é a grande a crise do nosso
tempo. Nós também com facilidade entramos neste processo de globalização, não
nos importamos com o outro a outra que precisa de nós; com aqueles que sofrem e
ou estão à margem da vida.
A humanidade
doente gera uma espiritualidade doente. Trabalhar a humanização é a verdadeira
evangelização. São Francisco de Assis permitiu que Deus restaurasse a
humanidade nele, e isto ele aprendeu de Maria Santíssima, na igreja de nossa
Senhora dos Anjos, na Porciúncula, quando se entregou totalmente a Deus. São
Francisco permitiu que a verdadeira imagem do humano acontecesse nele, quando
começou a cuidar dos leprosos: “Eu fiz misericórdia com Eles” (Test 1-3.)
O que realiza
em nós franciscanos e franciscanas o sentido do perdão, da misericórdia, nestes
800 anos de Celebração do Perdão de Assis? Sentimos que estamos sendo desafiados a nos retomar,
recriar o humano em nós para podermos ajudar a humanizar as pessoas que nos são
confiadas? Somos sensíveis diante da
fraqueza, das necessidades dos outros, nossos irmãos e irmãs, especialmente os
mais pobres?
O perdão e a misericórdia nos
levam sempre a incluir o irmão, a irmã. A Parábola do Filho Pródigo do
Evangelho (Lc15, 11-32) é espetacular para nossa retomada, pois, mostra o pai
misericordioso e paciente que fica na espera do retorno do filho. Ele aposta
nele sempre de novo Fica na espera. Não importa a demora e o tempo. Usa todos
os argumentos possíveis para resgatar o filho. Não olha para o passado dele, o
seu erro, mas aposta na vontade recomeçar. Usa de misericórdia.
Assim é Deus. Fica à nossa
espera. Ele usa todos os argumentos possíveis para resgatar a pessoa que errou,
ensina a criar e resgatar relações fraternas. É generoso no perdão.
Como Família Franciscana do RS temos a missão
de resgatar o rosto misericordioso de Deus, a imagem de Deus que é compaixão,
ternura, bondade, amor, em nós mesmos, em nossas fraternidades, na realidade do
mundo, do Planeta na vida e missão, trabalhando sempre de novo a HUMANIZAÇÃO
que conforme o Papa Francisco, é a verdadeira EVANGELIZAÇÃO.
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